Nenhum grande ecossistema de floresta tropical sofreu tanta perda de cobertura vegetal quanto a Mata Atlântica. Abrangendo uma variedade de habitats – de florestas secas a florestas úmidas e manguezais costeiros – a Mata Atlântica se estendia por grande parte da costa do Brasil e cobria partes do Paraguai, Uruguai e Argentina. Hoje, sobrevive em grande parte em pequenas manchas degradadas e áreas protegidas.
Historicamente, a Mata Atlântica cobria 1,2 milhão de quilômetros quadrados (cerca de um quarto do tamanho da Amazônia), mas após séculos de desmatamento para madeira, cana-de-açúcar, café, pecuária e expansão urbana, a Mata Atlântica diminuiu mais de 90%: hoje restam menos de 100.000 quilômetros quadrados de floresta.
BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA
Apesar de tão devastada ao longo da formação do estado brasileiro, a Mata Atlântica permanece notavelmente rica em biodiversidade e espécies endêmicas, muitas delas ameaçadas de extinção.
Em termos de flora, os pesquisadores catalogaram mais de 23 mil plantas, 40% endêmicas da Mata Atlântica. A área é especialmente rica em espécies de árvores únicas – cerca de metade delas são endêmicas. Um levantamento de um único hectare na Bahia encontrou 450 espécies de árvores, um recorde mundial.
Em relação à fauna, os cientistas registraram 264 espécies de mamíferos, cerca de 1.000 aves, 456 anfíbios, mais de 300 répteis e 350 peixes de água doce. Ao todo, 31% delas não são encontrados em nenhum outro lugar. Alguns táxons têm maior endemismo do que outros: por exemplo, 61% (282 espécies) dos anfíbios da Mata Atlântica só são encontrados ali.
Novas espécies continuam a ser descobertas na Mata Atlântica, de fato, entre 1990 e 2006 foram descobertas mais de mil novas plantas com flores. A área já rendeu até novas espécies de primatas. Em 1990, pesquisadores descobriram um novo mico: o Mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara).